HIGH TECH - TECH HOUSE
Tech
House é um subgênero da House Music que combina características estilísticas do
Techno com House. O termo Tech House se desenvolveu como uma abreviação do nome
de uma loja de discos para uma categoria de dance music eletrônica que
combinava aspectos musicais do techno, como "linhas de baixo
robustas" e "batidas de aço", com as harmonias e grooves do
house progressivo. A música originalmente tinha um estilo de produção limpo e
mínimo associado ao Techno de Detroit e do Reino Unido.
Em
meados da década de 1990, uma cena se desenvolveu na Inglaterra em torno de
noites de clube como The Drop dirigido pelo ex-rapper Shamen Sr. C (Richard
West) e Paul "Rip" Stone (co-fundador com West of Plink Plonk), Heart
& Soul and Wiggle, dirigido por Terry Francis e Nathan Coles. Outros DJs e
artistas associados ao som naquela época incluíram Charles Webster, Pure
Science, Bushwacka!, Cuartero, Dave Angel, Herbert, Terry Lee Brown Jr., Funk
D'Void, Ian O'Brien, Derrick Carter e Stacey Pullen. No final da década de
1990, a boate londrina The End, de propriedade do Sr. C e Layo Paskin, era
considerada a casa da Tech House no Reino Unido. Do outro lado do Atlântico, um
dos primeiros inovadores no gênero foi Lucas Rodenbush, (EBE), que estava
lançando discos na Costa Oeste dos Estados Unidos de 1995 em diante.
Os
artistas brasileiros que produzem Tech House são: Fancy Inc, Vintage Culture,
MKJAY, Volkoder, Gabe, Rocksted, Mochakk, Sudden Heat, Tough Art, entre outros.
-Características
Como
um estilo de mixagem, o tech house geralmente reúne o Deep ou minimal techno, o
Soulful e o Jazzy end of house, alguns elementos minimal e muitas vezes alguns
elementos dub. Há alguma semelhança com o house progressivo, que também pode
conter elementos do deep, soulful, dub e techno; isso é realidade desde a
virada do milênio, já que as mixagens de house progressivo muitas vezes se
tornaram mais profundas e às vezes mais mínimas. No entanto, a mistura típica
de house progressivo tem mais energia do que tech house, que tende a ter uma
sensação mais “descontraída”. Os fãs de tech house tendem a apreciar a
sutileza, bem como o "meio-termo" que adiciona um "toque
colorido às batidas de techno" e evita o "drop agressivo" da house
music em busca de ritmos intrincados.
-Estrutura
musical
Como
um estilo musical (em oposição a uma mixagem), o tech-house usa a mesma
estrutura básica do house. No entanto, elementos do 'som' de house, como sons
realistas de jazz (em faixas de deep house) e bumbo ressoante, são substituídos
por elementos do techno, como bumbos mais curtos, mais profundos, mais escuros
e muitas vezes distorcidos, chimbais menores e mais rápidos, caixas mais
barulhentas e mais melodias de sintetizador com som ácido ou sintético do
TB-303, incluindo ruídos eletrônicos brutos de osciladores de dente de serra e
ondas quadradas distorcidos.
Alguns
produtores também adicionam vocais e elementos emocionantes, e igualmente sons
eletrônicos crus em suas músicas. No entanto, um bumbo e linha de baixo agressivos
no techno parecem ser uma consistência entre a tech house music.
-História
Desde
o início dos anos 2000, a Tech House se espalhou pela Europa. Embora tenha
permanecido por muito tempo à sombra da música techno (impulsionada por
artistas como Adam Beyer ou Richie Hawtin no norte da Europa, como Alemanha,
Holanda e Suécia), a Tech House tem um enorme sucesso na Espanha. Na verdade,
graças à expansão de novos DJs como Marc Maya, Oscar Aguilera ou Raul
Mezcolanza (todos DJs residentes de um clube em Barcelona: o ROW14), a Tech House
pode competir com outros estilos de festivais de electro como o Monegros Desert
Festival ou o Awakenings Festival. Porém, o destaque do Tech House também fica
por conta da divulgação desse estilo de música por outros DJs como Carl Cox ou
Joris Voorn.
-Ressurgimento
Tech
House se tornou um gênero muito popular de dance music. Em setembro de 2018, o
Top 100 do Beatport estava repleto de faixas de artistas como Green Velvet,
Fisher, Solardo, Patrick Topping e Jamie Jones, todos incorporando elementos de
Tech House em seus trabalhos. Esse ressurgimento do Tech House pode ser
atribuído ao recente aumento na popularidade dos sons de sintetizadores
analógicos, bem como à popularização de artistas de Tech House nos Estados
Unidos, por meio de gravadoras como Dirtybird e da contratação de vários DJs de
Tech House em festivais como Coachella e CRSSD.
Não
se confunda, o termo 'Tech House' também é usado para uma forma mais nova e
técnica de Progressive House. Em 2012, o produtor de Progressive House, Guy J,
fundou o selo ‘Lost & Found’. Este selo introduziu um novo tipo de House Progressivo
mais técnico e atmosférico que se afastou das melodias de pista de dança
inspiradas no Trance tradicional e dos instrumentos usados para produzi-las,
com ênfase mais no prazer de ouvir do que na dança. Com um andamento um pouco
mais lento, a música era um tipo de House Progressivo mais temperamental e mais
agressivo. Enquanto a faixa está se aquecendo e levantando, também pode se
aventurar na melancolia e no mau humor. A ênfase estava no uso pesado de
sintetizadores espaciais com várias camadas e efeitos sonoros muito recordativo
das trilhas sonoras de ficção científica sustentadas por basslines profundas.
As faixas eram longas, muito melódicas e principalmente instrumentais, muitas
vezes com amostras de vocais corais cortados tanto masculinos quanto femininos,
novamente se afastando dos vocais normais ou amostras vocais faladas usadas em
faixas mais tradicionais de Progressive e Deep House.
Conforme
a década passava, esse novo tipo de Prog-House se tornou mais popular em clubes
de músicas não comerciais, e muitos produtores seguiram o estilo de Lost &
Found na produção de suas próprias faixas altamente técnicas, criando seu
próprio som de assinatura individual enquanto o faziam. Não deve ser confundido
com Techno House, que é um subgênero diferente de música, este novo estilo
também ficou conhecido como ‘Tech House’ ou ‘Tech-Prog’ devido à alta
musicalidade dos produtores que o fizeram. Bem como Guy J, outros líderes no
campo são Sahar Z, Navar, Blusoul, Monojoke, A.J. Roland, Chris Cargo, Andre
Sobota, GMJ, Volen Sentir, Black 8, Juan Deminicis, Lemon8, Matter e o outro
projeto de Guy J, Cornucopia. Outras gravadoras que agora se especializam nesta
marca de Tech House incluem ICONYC, Balkan Connection, Dreaming Awake, Higher
States, Or Two Strangers, Soundteller Records, Sound Avenue e Tale & Tone.
Muitas dessas músicas são impulsionadas pelo canal Release Promo no YouTube, e
hoje é um dos subgêneros mais populares da House Music.
Em
1994, outro grande nome pioneiro chamado Terry Francis lançou a primeira festa
de Tech House chamada Wiggle, que tinha uma pegada irreverente e sem
julgamentos.
A
partir daí,a subvertente foi ganhando popularidade e o negócio realmente virou
quando a sonoridade chegou em Ibiza, especificamente no club DC-10, que é a
sede icônica da festa Circoloco.
Depois
de Ibiza, o Tech House foi sofrendo transformações na sua estrutura, se
tornando cada vez menos um som purista e intimista, e cada vez mais uma música
com punch, para grandes audiências. Era a comercialização da subvertente tendo
o seu efeito.
Dos
anos 2000 em diante, nomes como Loco Dice, Marco Carola, Technasia, Jamie
Jones, Green Velvet, Nic Fanciulli, Roger Sanchez, entre outros, transformaram
a Ilha no lar da subvertente, e a cena por lá se tornou cada vez mais forte.
-O
Tech House hoje
A
grande virada de chave do Tech House aconteceu a partir de 2016. A morte do Big
Room deixou uma lacuna no cenário mainstream que foi rapidamente preenchida
pelo som emergente do Fisher, que deu o pontapé inicial pro boom da subvertente
ao lançar os EPs “Ya Kidding” e “Oi Oi”, com as faixas “Stop It” e “Ya Didn’t”.
A
onda que o Fisher iniciou se tornou um tsunami e teve seu auge em 2019, quando
“Losing It” se tornou a track mais tocada em duas edições seguidas do
Tomorrowland na Bélgica.
Posteriormente
veio Michael Bibi e sua label Solid Grooves.. O Tech House se torna mais seco e
cada vez mais focado nas linhas de baixo, em tracks como “Otto’s Chant” e
“Lemonade”.
Por
outro lado, a festa Elrow, uma das principais do cenário Tech House, ganha mais
popularidade, trazendo outros big names como wAFF, Wade e Eddy M.
A
tendência atual é o Tech House cada vez mais se ramificar em diferentes
sonoridades e o interessante é que isso tá muito pautado nas principais labels
da subvertente, pois cada uma segue uma curadoria e identidade musical
distinta.
-Como
identificar o Tech House?
Tech
House é a mistura do Techno com o House.
Geralmente,
os timbres e o groove do bassline são mais puxados para o Techno e os elementos
de melodia e vocais sofrem influência do House. Essa sonoridade costuma ser uma
das subvertentes mais fáceis de se reconhecer. Uma dica é prestar atenção em
como os sons do claps “amaciam” os kicks e também no groove constante. Ouça
alguns exemplos aqui na playlist:
-O
crescimento do tech house no Brasil
Que
“Losing It” do Fisher é uma das tracks mais famosas do mundo, isso todos já
sabemos, mas será que nós também sabemos dizer o por que disso?
O
Tech House nada mais é que a junção das vertentes Techno e House, que encaixa
perfeitamente em basslines poderosas e dançantes, com um ritmo que vem
dominando cada vez mais as pistas do mundo e, claro, no Brasil não seria
diferente.
Vertente
já consolidada no exterior, o Tech House vem ganhando cada vez mais espaço no
Brasil, se tornando queridinha do povo das terras verde e amarelas. Grande
exemplo disso é a participação de artistas como o próprio Fisher, Chris Lake,
Solardo, Jamie Jones, entre outros, em grandes festivais pelo país, como o Só
Track Boa e Warung Tour, além do inédito Not Another Fucking Festival,
impulsionando, inclusive, a venda desses festivais pela presença de alguns
nomes da cena em seus line ups.
Quando
pensamos na revolução que o Tech House traz à cena brazuca, podemos destacar
nomes como G. Felix e Diego Lima, que vêm chamando atenção com lançamentos
recorrentes em gravadoras do exterior, embalados pelo fenômeno Fisher que
passou levantando os ventos brasileiros e revolucionando o cenário eletrônico
nacional e mundial.
Desde
sua criação em 2015, a label party se consagrou em Londres e roda o mundo com
festas recorrentes em Ibiza, e edições inesquecíveis na Printworks, sua cidade
natal.
Também
vindo ao Brasil, temos a festa itinerante da label Dirtybird, com apresentações
de artistas brasileiros que, inclusive, têm tracks lançadas na label, como
Bruno Furlan, DJ Glen e Volkoder, além da apresentação do próprio label boss
Claude VonStroke, que não é tão recorrente assim em terras tupiniquins.
Em
entrevista exclusiva, Du Serena, um dos realizadores da Solid Grooves no
Brasil, por meio da Kontrol Agency, falou um pouco mais sobre o crescimento da
vertente. “O mercado da música em geral é cíclico. A cada ano tem um estilo em
alta, por um certo período, como a predominância do deep house ano passado,
depois techno, house. 2019 foi o ano em que o tech house cresceu muito, tanto
dentro como fora do país. Eventos como a elrow deram muito a cara do tech
house, a própria Solid Grooves também,” respondeu Du Serena sobre a sua visão
sobre a vertente. Du Serena também enfatizou o crescimento de alguns
produtores. “Dennis Cruz, o próprio Michael Bibi, Sidney Charles e muitos
outros que estão fortes”, destacou.
Quando
questionado se o atrativo de alguns eventos se relaciona ao estilo musical, o
produtor deu a sua opinião. “Eu não diria que o estilo deixa os eventos
atraentes. Na verdade, os eventos vão refletir muito o momento musical. Se a
tendência for mais para o techno, naturalmente haverá mais eventos de techno,
se a tendência está para o house, os eventos serão mais voltados para o house”,
explicou.
E
como aconteceu esse relacionamento entre o produtor e a Solid Grooves? “O
relacionamento com a Solid Grooves foi muito bom desde o início. A Kontrol
representa muito dos maiores artistas da Solid Grooves no Brasil e já
trabalhamos em conjunto há mais de dois anos. Sempre tivemos um relacionamento
muito bom e muito próximo, que veio crescendo ao longo dos anos, com o sucesso
do trabalho que vem sendo feito por aqui. As turnês bem-sucedidas, a qualidade
dos eventos que os artistas tocam, combinados com o crescimento do mercado de Tech
House no país, me aproximaram muito da label”, respondeu Du Serena.
“Eles
estão super animados com o projeto. Temos reuniões semanais online, e dá pra
sentir o entusiasmo não só pela receptividade do público brasileiro, mas porque
eles tratam o Brasil com muito carinho. Independente do sucesso, eles têm um
carinho muito grande pelo país”, afirmou Du.
Por Yan Campioti
-O quê? Tech House e EDM na mesma frase?
Vocês estão loucos!
Foi
isso que eu disse quando esse tema veio à tona como um possível editorial,
afinal de contas, pra mim, o Tech House é Dave Angel, Mr C, Pure Science e
esses artistas do final dos anos 90 que não tinham medo de misturar a pegada do
Techno com o colorido do House – e quando eu digo misturar, é misturar mesmo,
discotecagem, mixagem.
O
termo Tech House não veio para classificar um estilo musical que acabara de
surgir, ele era usado para realmente dizer que tal DJ tocava um pouco de House
e um pouco de Techno. Nada mais. Obviamente que tais DJs passaram a lançar suas
próprias produções e os Tech House DJs acabaram criando o estilo, mais ou menos
na mesma pegada do surgimento do nome House Music, lembram?
Pois
então, por que cargas d’água que o Tech House flerta com o EDM?
EDM
é o acrônimo de Electronic Dance Music, que em uma tradução literal seria
música eletrônica de pista. Como você pode imaginar, esse é um termo que surgiu
lá atrás, junto com o House e com o Techno, mas foi indevidamente apropriado
pelos marqueteiros para designar uma onda de novos produtos – entenda-se DJs –
que estavam surgindo na virada dos anos 2000 para 2010.
Os
anos 2000 foram marcados pela House Music europeia e pelo Drum and Bass e isso
é um fato, não dá pra discutir. Isso não quer dizer que as tendências que
outrora estavam no topo – como o Techno e o Trance – morreram, elas só deram
espaço para o que era novo, afinal, toda tendência é cíclica e com a música não
é diferente.
Dentro
da House Music europeia, uma das sub-vertentes que mais vingou, em especial na
segunda metade dos anos 2000, foi o Tech House e sua segunda onda de artistas.
Yousef, Martinez, Danny Daze, Lee Foss são exemplos. Se você entendeu a ideia
até aqui e pensou na Hot Creations, acertou em cheio, já que talvez seja a
gravadora mais significativa desse período se tratando de Tech House.
Paralelo
a esse boom de artistas que flertavam com o Techno e o House, também existiam artistas
que flertavam com o House e Trance de forma simultânea. House e Trance Music
misturados nada mais é do que Progressive House. Aposto que você achou que eu
ia falar sobre o Swedish House Mafia, né? Parafraseando o grande Fausto Silva:
errou!
Um
bom exemplo de pré EDM do qual estamos acostumados nos dias de hoje seria
Richard Durand. BPM na casa dos 130, progressões herdadas do Trance e timbragem
vinda do Electro House. Aquela salada mista que os recém-chegados ao universo
da club music adoram.
Mas
e se eu te falasse que os integrantes do Swedish House Mafia – que é o ápice do
EDM – faziam House e Techno? Muito difícil de acreditar, diz aí? Mas é a
verdade e digo mais, tem gente aí que lançou em selo conceituadíssimo, adorado
pelos DJs do underground e não foi com projeto paralelo, não. Eu vou mostrar os
primeiros trabalhos de cada um pra gente começar a linkar o Tech House e o EDM.
É meus amigos, doa a quem doer, mas é verdade.
Axwell
Em
1998, Axwell lançou seu primeiro disco através da Stoney Boy Music, label suéco
como de se imaginar. O nome? Jazz Player. O release é uma mistura de Funk, Soul
e Jazz. Não é algo estrondoso de bom, mas sem dúvidas muito melhor do que ele
apresentou 15 anos depois desse lançamento.
Steve
Angello
Talvez
o que mais se aproximava do que o Swedish House Mafia viria a ser, Angello
passeava entre o Tech House, Tribal e Electro nos seus primeiros trabalhos. Ele
também é o cara que bolou a Size Records, label seminal pro Electro House dos
anos 2000.
Sebastian
Ingrosso
Acreditem
se quiser, mas o Ingrosso era do French House. O primeiro release do Sebastian
foi com outra lenda sueca, John Dahlback, através do EP Stockholm Disco,
lançado na também sueca Joia Records.
Eric
Prydz
Hoje
conhecido pelas apresentações que faz onde mistura Techno e projeções, Mr.
Pryda fez parte da primeira formação do Swedish House Mafia. Não se sabe ao
certo o porquê dele ter saído, mas acho que dá pra deduzir pelo o que ele
apresentava em seus releases como Cirez D.
Laidback
Luke
Doa
a quem doer, mas Laidback Luke, que não faz parte do Swedish House Mafia mas é
como irmão dos caras, lançou pela Rotation Records de Dave Angel em 1998, ano
que tanto Dave quanto Rotation estavam bombando. Aliás recomendo que você perca
o preconceito sobre ele e pesquise os primeiros trabalhos de Laidback Luke, que
são excelentes.
Bom
deu pra entender que os caras que cunharam a sonoridade EDM vieram do Techno e
do House, não é mesmo? Então por que a mudança abrupta para algo com alto apelo
comercial? Ninguém sabe, pois os mesmos não costumam falar sobre essa virada de
casaca que rolou.
Se
observar a trajetória dos artistas citados acima, dá para perceber uma
tendência para o lado mais mainstream. Pouco antes do Swedish rolar, Prydz já
havia emplacado hits como Call On Me e Woz Not Woz em major labels como
Universal e EMI. Steve Angello tinha emplacado a Size Records no então
tradicional mercado norte americano, fazendo o Electro House ferver por lá e,
por fim, Axwell era o novo queridinho das bandas Indie quando o assunto era
remixes para pista, como em Hard To Be do Hard-Fi, além dos featurings com
Benny Benassi, Ron Carroll e Bob Sinclar pra citar alguns.
E
hoje? Por que o Tech House é chamado de novo EDM?
Vindo
agora pros dias atuais, podemos observar artistas como Detlef, Chris Lorenzo,
Latmun e claro, o novo rei do so called Tech House, Fisher, fazendo um resgate
desse pré EDM criado pelos integrantes do SHM, onde felizmente o groove manda.
mais que as cornetas e o countdown clássico que o DJ de EDM faz de cima do
praticável.
Mas
a pegada entertainment guy nessa galera não foi deixada de lado, as subidas no
praticável ainda rolam, os three, two, one, go! também, tudo isso regado a
muito CO2 e pirotecnia. Os especialistas dão um nome para isso: experiência.
Esse é o principal motivo do EDM ter sido o que foi. A experiência aqui ganha
tanto destaque quanto a música.
Como
eu já te disse, a música é tendência, e o EDM dos anos 2010 morreu por
enquanto. Como em qualquer situação onde algo que funcionava e deixa de
funcionar, você se vê obrigado a parar, se reestruturar e executar de forma
diferente o que vem sendo feito. Os DJs que faziam parte desse movimento
fizeram exatamente isso, zeraram o jogo e começaram quase que do zero, voltando
a suas origens e trazendo o Tech House para a luz do EDM. Simples assim.
Existe
também, claro, a camada do Tech House que faz um trabalho consistente fora
desse flerte com a EDM. É, hoje, o pessoal do Minimal, Micro House e vertentes
semelhantes. Subb-an, Chris Stussy, East End Dubs, Sweely são (alguns) bons
exemplos disso.
Agora,
eu quero encerrar esse editorial com um cara muito singular, ele pegou o limite
do EDM e jogou fora, literalmente. Já sabe de quem eu to falando? Logicamente
que é dele, Salvatore Ganacci, ou como ele ficou conhecido pelos mais azedos,
The Worst DJ Ever. O cara tá nem aí, ele é o que ele é e usa isso ao seu favor
e eu admiro isso para um caralho. Caso você nunca tenha visto o Salvatore, recomendo
que você sente antes de dar play nesse vídeo aqui:
Por Caio Stanccione
Qual
a verdadeira origem do Tech House?
Um
groove pensado para não deixar ninguém ficar parado numa pista, batidas
expressivas que aceleram o ritmo do coração, kicks densos e melodias que são
traduzidas com grande energia, ou até mesmo, cuts rítmicos que conduzem um
balanço distinto. Queridinho de muitos e ao mesmo tempo polêmico para tantos, o
Tech House certamente é um dos sub-gêneros da eletrônica que atingiu uma
ascensão meteórica na virada do milênio e permanece ostentando sua popularidade
nos quatro cantos do planeta. Mas será que lá atrás, em seus primeiros drops e
batidas, o Tech House já era nessa estética sonora como conhecemos hoje?
Afinal, de onde ele veio?
Bom,
como muitos estilos e movimentos que nasceram, nada foi muito premeditado.
Aliás, muito provavelmente, não era nem imaginado durante sua concepção, que
uma mistura do House com o Techno seria um fenômeno indomável dez anos depois.
Por sinal, quando falamos do ponto de encontro entre o House e o Techno, e
sobretudo do caminho existente entre os dois mundos, encontramos o registro
embrionário do Tech House. Podemos dizer que o sub-gênero nasceu como um filho
rebelde, com anseios de romper os paradigmas do mentalismo de seu pai, o Techno
de Detroit, e com o desejo de se distanciar do mainstream que se encontrava sua
mãe, a House Music de Chicago e da costa oeste americana.O mais interessante é
que esse jovem menino veio a nascer do outro lado do oceano, mais precisamente
no efervescente cenário do Reino Unido.
Não
há como falar da origem do Tech House, sem citarmos a reverência de um dos
pioneiros, senão o primeiro artista a ousar no experimento “nem tão techy, nem
tão vocal”: Eddie Richards. O britânico era residente da aclamada Clink Street,
club fundamental para a difusão do movimento do Acid House londrino no fim da
década de 80, e que posteriormente seria um ponto-chave para o start das festas
voltadas ao Tech House na Inglaterra. Um certo dia, Eddie Richards recebeu uma
fita cassete de seu parceiro de cabine da Clink Street, Mr. C., e curiosamente,
de um lado da fita estava escrito Techno e do outro lado House. Foi então que
Eddie Richards, decidiu traçar um ponto de conexão e ao mesmo tempo
distanciamento entre os dois universos chave da eletrônica, a partir de
mixagens que interconectavam os dois gêneros.
Segundo
Mr. C, neste período o artista entrou em contato com todos os outros DJs e
produtores que conhecia e disse que todos deveriam chamar seu estilo de
discotecagem, e os de Eddie, de ‘Tech House mixes’. “Detroit tinha Techno,
Chicago tinha House e eu sabia que a mídia iria aderir”. E seus instintos
estavam corretos. “Todos nós fizemos isso e a mídia pegou imediatamente”
completa Mr C. em um depoimento para a Roland.
Dentro
das pistas, o Tech House veio a ser uma reação à mutação da cena Acid House
britânica para o Hardcore, e posteriormente o Jungle. Além disso, com o auge do
Handbang House comercial, o público underground viu-se orfão de uma estética e
de um movimento que pudesse ser seu novo lar. Então, certos DJs começaram a
tocar discos underground que, no contexto de um DJ set, ficavam entre os polos
gêmeos do House e do Techno, acelerando o Dub e o Garage dos EUA, e conectando
pitadas de Electro que se encaixassem de alguma forma. Assim, o Tech House
começou como um som que se aglutinava nas pistas de algumas festas underground
selecionadas. E isso certamente foi impulsionado pelos ouvidos ousados de Eddie
Richard e Mr. C.
Não
demorou muito para que Richards juntasse seus anseios criativos a outro
transgressor de paradigmas: Terry Francis. Terry decidiu abraçar o gap
underground através de um evento voltado à essas sonoridades que era o novo
viés do momento. Foi então que surgiu a Wiggle, a festa que foi oficialmente o
rolê embrionário do Tech House, e que reuniu como residentes, Eddie Richards,
Nathan Cole e o próprio Terry Francis, passando a ser conhecidos como Wiggle
DJs. O Tech House até aquele momento, era entendido como uma abordagem ao
DJing, e até então pelo menos até 1997, não havia registros de lançamentos de
faixas efetivamente categorizadas como Tech House.
Porém
o caminho do estilo encontrou novos rumos, a partir do momento em que Terry
Francis conquistou sua residência na aclamada Fabric London, e junto a isso,
foi premiado pela Musik Magazine como melhor DJ em ascensão, em 1997. Foi aí
que o trabalho de Terry entrou de fato para os holofotes do cenário eletrônico,
influenciando uma nova onda de tendência musical que se consolidava a partir
então, no mercado fonográfico.
Era
apenas uma questão de tempo até que produtores começassem a fazer música
especificamente definida como Tech House. Lançada em 97, a faixa Gobstopper dos
Housey Doingz (projeto de Terry Francis e Nathan Coles) foi considerada uma das
primeiras produções efetivamente categorizadas como Tech House, sendo uma
mistura inicial de batidas de House combinadas com a musicalidade de Detroit.
Da mesma forma, o remix de Chris Duckenfield para Beavis At Bat, do Hardfloor,
é outra das primeiras produções do estilo no Reino Unido.
Outro
nome a se destacar nesse período primordial da estética, é Asad Rizvi. Hoje
como um dos grandes nomes do cenário eletrônico londrino, Asad começou a lançar
sua própria visão precisa, pesada e ao mesmo tempo refinada do Tech House, na
segunda metade dos anos 90, sob a alcunha de Silverling Dubs. Com grandes
pérolas como Pearl Divers, de 1996, e com a tempestuosa Precision Spanner, de
99, Asad foi um dos responsáveis por consolidar a tendência estética do Tech
House na virada do milênio.
Fundamentando-se
como um verdadeiro lar para os lançamentos do estilo, a Swag Records tornou-se
uma gravadora que abraçou diversos sub-selos direcionados à estética, sendo um
ponto crucial para a difusão do estilo ao redor do mundo. Entre os imprints
incluem a própria Swag, Funknose, Surreal, London Housing Benefit, Pirate Radio
e Uhuru Beats, catálogos esses que receberam os pioneiros do Reino Unido como
Asad Rizvi, Gideon Jackson, Richard Grey, Spincycle, Mothersole e Bushwacka,
bem como os DJs Wiggle e muitos outros.
Esses
primeiros passos foram definitivos para o alcance global da sub-vertente que
começou como um movimento alternativo dentro do underground eletrônico. O
manifesto de resposta ao mainstream – que caminhava a House Music -, ganhou
força para além dos clubes e labels britânicas, e foi quando chegou à Ibiza
através do Circoloco, que sua ascensão global foi efetivamente iniciada. Ao
mesmo tempo, na Alemanha, M.A.N.D.Y abria portas para um novo lar, com a Get
Physical, apostando em uma pegada étnica, percussiva e por vezes minimalista,
mas que se tornou um símbolo de vanguarda do Tech House contemporâneo.
Ainda,
outros momentos importantes em meados dos anos 2000 foram imprescindíveis para
o desenvolvimento do cenário Tech House que conhecemos hoje. Do outro lado do
oceano, na costa oeste americana, Claude VonStroke anunciava o estabelecimento
do selo Dirtybird e fomentava as noites dos clubes que ajudaram a espalhar a
cultura do estilo recém-importado. Reforçando os laços britânicos com o Tech
House, o selo Toolroom de Mark Knight foi lançado em 2003 e, ao longo dos anos,
abrigou muitos tons diferentes de 4/4, incluindo um desenvolvimento tecnológico
para o estilo que dita tendência até os dias de hoje no mercado mundial.
A
Tech House ganhou uma forma mais “acessível”, de rápida e ampla absorção nos
principais festivais de eletrônica do globo. Sofrendo mutações que espelham
influências do Electro House, EDM e Big Room, hoje o Tech House se tornou um
camaleão das vertentes musicais, especialmente após a meteórica ascensão do
australiano Fisher, responsável pela popularização em massa da nova onda do
estilo. E talvez seja justamente isso que agrada a muitos, e repele tantos
outros, já que o Tech House hoje caminha justamente para aquilo que afastava a
comunidade que o criou: o mainstream. Mas isso é assunto para outro editorial.
Ágatha Prado
A
Diferença Entre Tech House e Techno e a Proposta Única da BYHMusic
A
diferença entre Tech House, Techno, House e Progressive House ainda te
confunde? Vamos te ajudar! O Tech House é um subgênero da música eletrônica que
surgiu no final dos anos 90. É o subgênero da música eletrônica que vem
ganhando cada vez mais espaço na cena, principalmente no Brasil. Ele tem como
característica a combinação do groove do house com a sonoridade do techno,
criando um som único e dançante. Já o techno é um gênero que pode ser mais
pesado e sombrio, com batidas mais aceleradas e menos melódico.
Tech
House vs Techno: Qual a Diferença?
O
Tech House e o Techno têm algumas semelhanças, mas suas diferenças são
significativas. Algumas das diferenças mais marcantes entre os dois subgêneros
são:
·
Groove: o tech house tem um groove mais leve
e dançante, enquanto o techno é mais pesado e rítmico.
·
Melodia: o tech house é mais melódico e
incorpora elementos de house music, enquanto o techno é mais minimalista e abstrato.
·
Batidas: o tech house tem batidas mais lentas
e groovy, enquanto o techno tem batidas mais aceleradas e intensas.
·
Atmosfera: o tech house cria uma atmosfera
mais descontraída e festiva, enquanto o techno é mais sombrio e introspectivo.
·
Encontramos a diferença do tech house e do
techno também nos DJs que representam cada segmento. Representando o Tech
House, temos Fisher, Chris Lake, Patrick Topping, Green Velvet, Gabe, entre
outros. É um gênero popular em festivais de música eletrônica em todo o mundo.
Já Techno é representado por outro time de peso, como Solomun, Carl Cox, Adam
Beyer, Charlotte de Witte, Nina Kraviz, Amelie Lens e Eli Iwasa.
Aqui
estão algumas diferenças entre o Tech House e o House:
·
Enquanto o House é mais melódico e suave, o
Tech House é mais progressivo e pesado.
·
O Tech House é geralmente tocado em um tempo
mais rápido, geralmente em torno de 125-130 BPM, enquanto o House é mais lento,
em torno de 120-125 BPM.
·
O Tech House é mais experimental em termos de
uso de sons e texturas, enquanto o House é mais tradicional.
Aqui estão algumas diferenças entre o Tech
House e o Progressive House:
·
O Progressive House é mais melódico e
atmosférico, enquanto o Tech House é mais pesado e minimalista.
·
O Progressive House tem batidas mais suaves e
ritmos mais lentos do que o Tech House.
·
O Progressive House tem uma ênfase na
melodia, enquanto o Tech House é mais focado no groove e no ritmo.
A
Proposta Única da BYHMusic
A
BYHMusic é uma empresa do grupo byHourglass que atua como uma produtora
artística de conteúdo especializada na cena da música eletrônica, que também
atua como label party e faz agenciamento de artistas em São Paulo. O que torna
a BYHMusic única e diferenciada na cena é a sua identidade audiovisual e sonora,
que une elementos de tech house e techno, criando uma sonoridade única e
dançante.
Além
disso, a BYHMusic tem como referência a famosa produtora francesa Cercle, que
já trouxe grandes nomes da música eletrônica mundial para apresentações únicas
em lugares históricos. A BYHMusic traz uma proposta similar, promovendo eventos
em locais inusitados e produzindo conteúdo de alta qualidade, como video sets,
videoclipes e aftermovies.
Os
Artistas da BYHMusic
A
BYHMusic já trabalhou com vários artistas talentosos da cena eletrônica, como
Mochakk, Sterium, Cevith, Salkantay, Foxel, Browk, Lorena, Kleber, Guzz, Sifa,
Cortez, John Anderson, Sabadini, Magah, Vecino, Mandrax e Yaripó. Além disso, a
BYHMusic tem em sua carteira de agenciados artistas promissores como Vecino e
Clara Maya, que já fizeram trabalhos como video sets, aftermovies e presskits
com a produtora.
Entre
outras coisas, a BYHMusic se destaca trazendo uma proposta de identidade sonora
única, que une o melhor do tech house e do techno. Essa proposta diferenciada
tem agradado tanto os amantes do tech house quanto os do techno, e tem colocado
a BYHMusic em destaque no cenário eletrônico brasileiro.
Ao
unir esses dois subgêneros, a BYHMusic traz uma experiência única e empolgante
para o público, que pode desfrutar do melhor de cada um desses estilos. A
mistura de elementos do tech house e do techno garante uma atmosfera enérgica e
dançante, que é a marca registrada da BYHMusic.
Para
aqueles que ainda não tiveram a oportunidade de conhecer a proposta da
BYHMusic, recomendamos que assistam aos video sets e videoclipes produzidos
pela produtora em seu canal no YouTube. Com certeza, será uma experiência
inesquecível e que despertará o interesse em descobrir mais sobre o tech house
e o techno.
https://pt.wikipedia.org/wiki/Tech_house
https://alataj.com.br/editorial/tech-house-flerte-edm
https://alataj.com.br/editorial/qual-a-verdadeira-origem-do-tech-house
https://byhourglass.com.br/diferenca-tech-house-techno-byhmusic/